quinta-feira, fevereiro 09, 2006

 

Um não-país de azémolas brochistas

"Salvé! Cadáveres brancos da inocência, feiticeiros da embriaguez permanente, prisioneiros da liberdade, junkies do caos."
Adolfo Luxúria Canibal, "Gumes".

A ignorância tende a cobrir de glória a própria cloaca em que fermenta.
Esteve o Bill M$ em Lisboa na passada semana para lhe chuparem a gaita, como não podia deixar de ser num país onde cerca de 7% da população é analfabeta em sentido estrito.

Fiel ao estilo azeiteiro e pacóvio que caracterizou os seus mandatos, Sampaio outorgou ao meliante em questão uma destas condecorações da loja dos trezentos, à 10 Junho, mas fora d'época e baseada num argumento cínico. Alguém concdebe que a um parasita oportunista se lhe conceda tão "insígne distinção" por afã humanitário?
Um chulo que vive à sombra dum monopólio sem mais mérito que a esperteza mafiosa patrocinada por legislação corporativa conivente; que mantém sob exploração desalmada um exército de programadores indianos pagos a meio vintém furado por 25 horas diárias de epopeia laboral; que tenta paralizar por via judicial a inovação que o seu império não consegue pôr no mercado...
Folha de serviço impecável, não haja dúvida. Digna dos mais loquazes encómios e de todas as grã-cruzes que a República PortuTesa ainda guarda para honrar os "cidadãos extraordinários".

Em suma. Está o país subsumido numa crise económica estrutural e qualquer esmola que se possa angariar para financiar as mezinhas faraónicos do costume é recebida com entusiamo infantil, mesmo que seja a expensas de comprometer a viabilidade do desenvolvimento tecnológico sustentado no porvir, quer imediato, quer longínquo.



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