quinta-feira, janeiro 12, 2006

 

Inventário Marítimo

Também eu no exílio voluntário há 3 anos, regresso esporadicamente a Lisboa pela música elegante e decadente, como a própria cidade, dos Quintento Tati. O texto, desconexo só na aparência formal, descreve com precisão a Lisboa que vivi.

Letra: J.P. Simões

Música: Quinteto Tati
Albúm: Exílio

Os vermes, os gatos, os carros, os prédios
A espera, os pátios, os jogos, as lutas
Os brutos, as pátrias
As sombras, os vultos
Os estranhos, os martires
Os dias, as horas
As praças, os copos
Os olhos, a iris
Os beijos, a casa
A noite e os cacos
Poemas e factos
Os fados sem tema
O tempo quebrado
A dor e o dilema
No fundo do mar....

Ai Lisboa, Lisboa, Lisboa
Lisboa no fundo do mar
Um dia, quem sabe, se homens se aves, alguém virá p'ra t'encontrar
Ruas abertas, desertas, flaubertas (?)
Por sombras azuis e corais
Num silencio eterno, interno, imenso
De fachadas desiguais
De naufragos dias, saudades de pedra
Quem te vir assim, esquecida no mar
Ira procurar-te a vida
E se então sonhar um tempo de amor
talvez pense em nós, querida.

quarta-feira, janeiro 11, 2006

 

Pai CAbr[a]ão

Desta feita, uma entrada em duas línguas.
Anda a malta às turras por este mundinho fora devido às parvoices que se atribuem ao paizinho fundador das "grandes religiões monoteistas". Prefiro renegar a filogenia, declarar-me orfão e viver além deste legado envenenado.

Em http://www.channel4.com/culture/microsites/C/can_you_believe_it/debates/rootofevil.html descreve-se um documentário que glosa um tema no mínimo perturbador. Como é possível que em plena era da comunicação global e do conhecimento massificado, a padralhada, secular e regular, persigne em influenciar o nosso quotidiano e, o que é pior, com apoio crescente?

Prestem atenção à seguinte passagem, que abaixo comento em inglês (para @s camaradas que não entendem o nosso vernáculo e a sua vocação universalista).

"There are plenty of characters to illustrate his thesis. There are fanatics, like the former West Bank settler who has taken the small steof converting from Jewish fundamentalist to Muslim fundamentalist, transferring his hatred from one side of the looking glass to the other."
No less than the truth.
I have been exposing this behaviour in politics for years.
Most of the ruling right wing, ultraconservative and reactionary elite
worldwide, had ties and flirted extensively with "extreme left" postulates.

The chief neocLoWn scholar in my country, Sir JC Sword, is a former stalinist/enver-hoxhist.

The head of the european comission, also portuguese, has been a fiercy Maoist 3 decades ago, who would solve every dispute by throwing chairs on "the enemies of the working class".

Irving Kristol, the almighty godfather of contemp obscuramtism, was himself a diehard marxist for a short while.

Hence, there is only one element linking their past and present attitude: faith (by definition closed, dogmatic, irrational, supremacist and intolerant).

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