quinta-feira, janeiro 12, 2006

 

Inventário Marítimo

Também eu no exílio voluntário há 3 anos, regresso esporadicamente a Lisboa pela música elegante e decadente, como a própria cidade, dos Quintento Tati. O texto, desconexo só na aparência formal, descreve com precisão a Lisboa que vivi.

Letra: J.P. Simões

Música: Quinteto Tati
Albúm: Exílio

Os vermes, os gatos, os carros, os prédios
A espera, os pátios, os jogos, as lutas
Os brutos, as pátrias
As sombras, os vultos
Os estranhos, os martires
Os dias, as horas
As praças, os copos
Os olhos, a iris
Os beijos, a casa
A noite e os cacos
Poemas e factos
Os fados sem tema
O tempo quebrado
A dor e o dilema
No fundo do mar....

Ai Lisboa, Lisboa, Lisboa
Lisboa no fundo do mar
Um dia, quem sabe, se homens se aves, alguém virá p'ra t'encontrar
Ruas abertas, desertas, flaubertas (?)
Por sombras azuis e corais
Num silencio eterno, interno, imenso
De fachadas desiguais
De naufragos dias, saudades de pedra
Quem te vir assim, esquecida no mar
Ira procurar-te a vida
E se então sonhar um tempo de amor
talvez pense em nós, querida.



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