quarta-feira, dezembro 15, 2004

 

Porque eu o digo

Num mundinho dominado pela pasmaceira das ideias e a lisura nos modos, é chegado o momento de intervir para romper. Estou-me a borrifar para o politicamente correcto e os quadros mentais de referência que é suposto assumir-se como património da minha taxonomia política latu sensu, a Esquerda.

Aqui, o pluralismo não supera o espaço, reduzido, como sabeis, que dista entre as minhas sinápses e a accção mecanizada da dactilografia. Em suma. Só existe o EU e a MINHA RAZÃO. Atitude justíssima e honesta de quem se recusa a responder pelo que sai ou entra em buracos do cú alheios. Respondo tão só pela unidireccionalidade defectora do meu. Uma espécie de individualismo anarquista à guisa do Max Stirner, condimentado pelos meus próprios arroubos. Uma racionalidade com o sangue em ebulição e a embolia contemplativa de quem já só acredita na democracia das AK-47 e não mobiliza meios- nem coragem- para as obter e usar.

Nem consensos de pântano nem cordialismos hipócritas. Muito menos polimento retórico.
Venho para sublinhar antinomias e coleccionar inimizades figadais e, talvez, alguma que outra simpatia.
Assumirei sem subterfúgios os valores que me (in)conformam, a ideologia da minha classe social (o lumpenproletariat), um concepção de Arte com conteúdo e propósito e a defesa intrasigente da liberdade tecnológica contra os interesses corporativos que a esmagam.

Tudo girará ao redor de muitos binómios. Comunismo cibernético vs. capitalismo bombista, software livre vs. software propietário, lubricidade responsável vs. puritanismo de sacro-pederastia, Linux vs. M$ Windows, KDE vs. GNOME, GUIk vs. geek, arte social vs. arte conceptual fraudulenta, cientifismo vs. pós-modernismo, Música vs. músicas, federalismo colectivista coordenado vs. jacobinismo centralista do Estado da Direita , Jerónimo de Sousa vs. provincianismo de cátedra em formo de Bloco...

Um breve tirocínio a laia de intróito irreverente pequeno-burguês. Afino a canhoneira, escolho o calibre dos projécteis, estudo a trajectória... Por algum lado irá desabar a tormenta.





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